Antes, meu pedido de desculpas por não aparecer tanto por aqui. A gente quer fazer tudo, mas o tempo corre rápido. Então, primeiro vem o ganha-pão, as leituras obrigatórias, algum estudo. Depois, o lazer, o prazer... e por aí vai. Tem horas em que minha cabeça trava no momento da obrigação e voa na direção de coisas que não têm nada a ver com aquilo. Ontem foi assim. De novo. Graças aos céus e à minha curiosidade nata.
Correria, chuva, entrevistas sobre riscos de acidentes no trabalho, formas de aumentar a segurança, maneiras de conscientizar e envolver os trabalhadores nessa luta histórica por sua própria integridade física, sua saúde e fotos técnicas (meio técnicas, sei lá... digamos, enfim, que são técnicas).
Saí da fábrica debaixo de uma chuva rala, mas de pingos consideráveis. Subi a escada que dá para uma sacada e que é um tipo de hall de entrada aos escritórios. No topo da escada, ouvi um chilro, na verdade uma conversa murmurada por pássaros. O barulho vinha das palmeiras na quina da sacada. Entrei no escritório, liguei a câmera (a danada emite um som ao ser ligada e este som apavora os gatos da família; temi que os pássaros também se assustassem e fugissem, então me precavi) e voltei para o hall, para a chuva.
Procurei com os olhos onde estariam os bichos. Achava que eram um casal. Encontrei um bando de sete pássaros que formavam uma fileira em um galho, com os dois mais velhos na ponta direita, mais próxima ao tronco da palmeira. Seriam um casal? Não sei, mas certamente protegiam os demais de alienígenas como eu porque, ao me verem, se afastaram para o lado de trás do tronco e chilreavam com os demais, que se juntaram para se esquentar e se posicionar onde não havia tantos pingos de chuva. Apontei a câmera mas não disparei. Era só para ver se não sumiriam dali. Ficaram quietos, me olhando. Então, acionei o zoom e os aproximei dos meus olhos. Pareceu-me que seus olhos são claríssimos.
Não sei que pássaros são esses. Já andei procurando informações na internet, mas pesquisar com base na aparência física (pardos, caudas compridas com um barrado negro horizontal seguido da terminação na mesma cor do corpo, mas uns dois tons mais clara) é impossível. Anotei alguns endereços eletrônicos e vou tentar descobrir. Afinal, que pássaros são esses que me surpreenderam e me fizeram ficar até tarde, ontem, tentando decifrá-los? Disseram-me, na fábrica, que são joôes-de-barro, mas na internet vi que essas aves não têm o rabo assim. Além disso, tenho a fantasia de que o joão-de-barro só anda em dupla: ele e sua amada para o resto da vida. Nunca em bandos.
Por causa dessa fileira de criaturas encantadoras, ontem não entrei nem aqui, nem em nenhum blog. Fui dormir tarde e hoje acordei já pensando nisso. Acho que sou passarinheira e não sabia. Curiosa sei que sou. E louca para me desviar de assuntos duros também :-)
Quem souber que pássaros são esses da foto, por favor, me diga. E se eu finalmente tiver certeza de que alguém os definiu corretamente, conto aqui. Por enquando, fico me perguntando: como é que a natureza é decoradora, não? Ela se preocupa com detalhes tão pequenos. Faz tudo ficar bonito, tão harmonioso. Poderosa que só ela!
Pronto, já sei: são anus-brancos. E. Bretas me contou!
Gentem! O Eduardo Brettas (saiba quem AQUI e AQUI) respondeu ao meu e-mail:
"Oi Flora, boa tarde!
Sobre as aves, são da família Cuculidade (dos cucos). O nome popular é Anu-branco (guira guira). É uma das aves mais conhecidas no Brasil oriental, comum em cidades, pastos, cerrados e plantações. Pode ser observado em bandos de 6 a 12 indivíduos. Ele tem a íris bem clara, quase branca, e é da mesma família do cuco, do anu-preto, do saci... Alimenta-se de besouros, lagartas, lagartixas, pererecas e até de pequenos camundongos.
Espero ter ajudado. Qualquer dúvida, entre em contato.
Grande abraço,
E. Brettas"
Gratíssima, Eduardo!
Amei... Nossa! A passarada das fotos é da família do cuco, aquele do relógio! :-) E come até perereca (camundongo também... mas não resisti à piadinha besta!).
Para quem quiser saber um pouco mais sobre o anu-branco, inclusive que ele é um baita de um folgado, veja AQUI.
Aloísio Tostes também respondeu!
“Flora,
Os pássaros que estão focados são filhotes ainda, recém-saídos do ninho e que precisam do auxílio dos pais para se alimentarem. Esse processo perdura por alguns dias.
Abraço,
Aloísio Tostes"
Vale muito a pena conhecer o trabalho de Aloísio Tostes AQUI.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Corre-corre e passarinhos... descobri!
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